domingo, 30 de novembro de 2014

Andei assistindo: How to get away with murder

Eu não ia escrever sobre isso, mas acabei decidindo por escrever. Esse blog é tema livre. Então vamos lá. 

Primeiramente: Viola Davis é INCRÍVEL. Simplesmente fantástica. Eu já sabia disso pelos filmes dela que eu assisti, mas nessa série ela se superou. Eu me derreti e fiquei com um nó na garganta na cena que ela tira a maquiagem na frente do espelho. Meu Deus, se essa mulher não ganhar um Emmy esse ano, tem algo de errado com o mundo! Já achei absurdo ela não ter ganho o Oscar. 

Mas, enfim, sobre o que é essa série? A protagonista da série é Annalise Keating, uma professora de Direito Penal e uma famosa advogada de defesa. A melhor forma de descrevê-la, na minha opinião, é uma versão feminina do House que pratica advocacia e não medicina. Essa série aborda tanto os dramas pessoais da vida de Annalise, quanto os casos em que ela trabalha. Ela seleciona os cinco melhores alunos da sua disciplina na universidade para serem seus estagiários e disputarem por um troféu, que lhes garante a oportunidade de ganhar algum tipo de vantagem nas provas ou algo assim. 

Os cinco são: Connor Walsh (gay, sedutor, sacana e manipulador pra caramba), Michala Pratt (uma mala, ambiciosa, arrogante e controlador), Asher Millstone (riquinho babaca), Laurel Castillo (a menina que não muda de expressão facial e faz mimimis sobre querer ajudar as pessoas) e Wes Gibbins (o pior ator da série, mas que tem o papel mais importante). Wes descobre os dramas pessoais da vida de Annalise: sobre ela trai seu marido e é traída por ele, sobre como o marido de Annalise está de alguma forma envolvido com o assassinato de uma menina chamada Lila, e várias outras coisas. Wes por algum motivo inexplicável desenvolve uma atração obsessiva e sobrenatural por sua vizinha, Rebecca Sutter, uma gótica/punk/roqueira (sei lá qual o rótulo que se usa hoje em dia) que o trata mal pra caramba e também está envolvida com o assassinato da tal Lila, sendo, inclusive, acusada injustamente disso e tem Annalise como sua advogada.

A história faz alguns flashes para o futuro, mostrando que quatro dos alunos (todos menos o Asher, o babaca) se envolveram num assassinato e estão tentando esconder o corpo. Na verdade, além da atuação maravilhosa da Viola Davis, querer saber quem foi morto, como e por que são minhas únicas motivações para assistir.

Várias coisas nessa série me incomodaram. Tipo como a Annalise faz um ponto super-válidos sobre como a mídia procura culpar e estigmatizar as mulheres em função de seu comportamento percebido como promíscuo por moralistas babacas (slut-shaming), mas faz a cliente em questão mentir sobre ter sido abusada sexualmente, fazendo com que um tema sério como o estupro seja banalizado e tratado como um artifício que uma advogada pode lançar mão para ter vantagem num caso. Ou como todos os autores nesse treco são terríveis (a não ser a Viola, que é uma diva) e alguns deles mal conseguem atuar (Laurel, estou olhando para você! Deixe a cara de abobada sem expressão pra guria do Crepúsculo, tá?). E todos os personagens são terríveis, mas nesse caso no sentido de "maquiavélicos". Essa série poderia ser facilmente renomeada para "Todo mundo mente" (House de novo! Yay!). 

Uma coisa que eu pensava enquanto assistia era sobre o personagem da Annalise. Ela é uma versão feminina do House, ou do Constantine, ou do Sherlock de Elementary, ou... Esse arquétipo que ela segue é clichê pacas. Você chuta uma moita e pulam dezenas de personagens de quadrinhos, filmes ou séries com esse estilo: uma pessoa antiética, egoísta, grosseira, incapaz de empatia, mas extremamente eficiente no que faz (os fins justificam os meios?) . Mas eu acho que nunca tinha visto uma personagem feminina (pelo menos na TV) seguir esse estereótipo tão à risca. Especialmente uma personagem feminina negra. Apesar de eu achar esse arquétipo cansado e enjoativo, ver a Annalise - uma mulher negra - nessa posição de empoderamento é refrescante. A atuação da Viola é incrível e ajuda.

Infelizmente, a série só volta em janeiro e acabou num baita cliff hanger. Estou MUITO curioso para ver como as coisas vão se desenrolar. Esses último segundos do episódio fizeram meu queixo cair, porque eu nunca imaginei que aquilo fosse acontecer (várias pistas nos levam a concluir coisas bem diferentes). Vou continuar assistindo pra ver onde que isso vai dar, mas não estou lá muito animado.

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